A crise dos combustíveis e nós educadores


Reafirmando o que o CPERS Sindicato manifestou em notas anteriores desde o início da greve dos caminhoneiros, ressaltamos que esta crise dos combustíveis instalada no país evidencia as conseqüências nefastas da mudança da política energética do governo federal após o golpe que destituiu a presidenta eleita e tomou posse o presidente ilegítimo Michel Temer, que indexou o preço dos combustíveis às flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional. Enquanto não houver reversão desta política liberal e impopular, o preço do gás de cozinha, da gasolina e do óleo diesel continuará aumentando, atingindo a população e dando continuidade a crise.
Após a descoberta do Pré-sal, a nossa Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE participou de uma forte campanha que resultou na aprovação, em 2013, da destinação de 75% dos royalties do Pré-sal para a educação. A estimativa era de que seriam investidos entre 3 e 4 bilhões anuais na educação. Após o golpe de Temer, é editado, por Medida Provisória, a Reforma do Ensino Médio, são congelados por 20 anos os recursos para a educação, através da PEC 95 e altera-se o regime de partilha do Pré-sal, abrindo mão da participação da Petrobras na exploração do petróleo, agradando as multinacionais do setor e acabando com a perspectiva dos recursos para a educação. Alterou-se também, como já citado, a política de preços dos combustíveis.
Mais uma vez, nos unimos aos petroleiros, apoiamos totalmente a paralisação marcada para iniciar nesta quarta-feira, dia 30. A pauta de reivindicações desta categoria dialoga com o clamor da população brasileira, pois pede a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, repudia a privatização da Petrobras e exige a saída imediata do presidente Pedro Parente, que, com o aval do governo golpista de Michel Temer (MDB), mergulhou o país numa crise sem precedentes.
Fazemos um chamado à categoria, em especial da Região Metropolitana, para somar-se ao ato da Federação Única dos Petroleiros – FUP, dia 30, às 9 horas, em frente a Refinaria Alberto Pasqualini.
Nos somamos ao chamado das centrais sindicais e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo para construir a unidade dos trabalhadores e das trabalhadoras contra a política de preços do Michel Temer e Pedro Parente; pela retomada da produção nacional e o fim das importações; contra o desmonte e a privatização da Petrobras e pela denúncia: intervenção não é a solução.
Como educadores, reforçamos a importância da categoria estar atenta e trazer à tona o debate sobre os grandes responsáveis pela situação caótica em que o Estado e o país se encontram: o governador José Ivo Sartori e o presidente golpista Michel Temer, ambos do MDB. Não podemos deixar que a política neoliberal de ambos, acabe com as políticas públicas e os direitos trabalhistas no Rio Grande do Sul e no Brasil. Nosso grito de Fora Temer e Fora Sartori precisa ecoar ainda mais alto.
O CPERS sempre estará em todas as lutas que defendem a democracia, por isso devemos denunciar aqueles que, no calor das manifestações pedem a intervenção militar, pois isso significa pedir a volta da ditadura militar e este Sindicato tem orgulho de ter sido um dos protagonistas na luta pelo fim da ditadura.
Lamentamos a informação repassada pelo governo, de que as aulas serão retomadas dia 29, sendo que muitos colegas e alunos não terão condições para isso. Apelamos que as direções das escolas, valendo-se da lei de Gestão Democrática, avaliem as condições de manter ou não os dias letivos.
Aproveitamos para reforçar à categoria que aqueles que não tiverem como chegar em seus locais de trabalho, devido ao transporte público, afetado pela greve dos caminhoneiros, devem justificar na instituição em que trabalham e comunicar o Sindicato, através do e-mail [email protected], para levarmos a situação à Secretaria de Educação do RS (SEDUC). Reafirmamos também que qualquer deliberação de greve da categoria precisa ser aprovada pelas instâncias do CPERS Sindicato.

Aproveitamos também para reforçar nosso calendário de mobilização aprovado no último Conselho Geral do CPERS:

6 de junho – reduzir períodos, fazer sinetaço e apitaço debater e fazer agitação com as pautas da categoria;

14 de junho – acontece paralisação e Ato Público Estadual em frente ao Palácio Piratini;

15 e 21 acontecem mobilizações e Assembleias Regionais;

22 de junho – Assembleia Geral

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