COP30 reforça urgência climática enquanto governo Leite negligencia políticas ambientais no RS


A 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), sediada este ano no Brasil, evidenciou que a crise climática não é um fenômeno isolado. Ela é a expressão direta das desigualdades estruturais, da disputa por projetos de sociedade e da falta de vontade política de governos assumirem sua responsabilidade diante de um planeta em colapso.

No Rio Grande do Sul, a crise ambiental dá seus sinais mais drásticos. O estado viveu no ano passado a enchente histórica, que resultou em perdas humanas e destruição de infraestrutura. Mesmo assim, o governo Eduardo Leite (PSD) segue reduzindo investimentos e desmontando estruturas essenciais de prevenção, monitoramento e proteção ambiental.

A priorização de agendas econômicas voltadas ao mercado, e não ao interesse público, aprofundam as vulnerabilidades da população, especialmente das comunidades mais pobres, rurais e periféricas. Não há vida sem natureza, e projetos que destroem territórios, biodiversidade e bens comuns, o fazem num ataque direto à vida das populações.

É nesse contexto que o estado se torna ainda mais vulnerável. A falta de políticas ambientais e o sucateamento das estruturas públicas contradizem o discurso modernizador do governo Leite (PSD) e colocam o estado na contramão do que foi debatido mundialmente na COP30: a centralidade da vida, dos territórios e dos bens comuns sobre qualquer projeto de mercado.

Diante desse cenário, o CPERS, através do seu Departamento de Sustentabilidade, reforça que a escola pública é espaço central para transformar a consciência em ação. A construção de projetos pedagógicos de educação ambiental, contextualizados com o território e com o cotidiano das(os) estudantes, é urgente.

Educação ambiental não pode ser tratada como atividade pontual, mas como projeto institucional, contínuo e crítico, capaz de dialogar com a comunidade escolar, fortalecer a cidadania e formar gerações comprometidas com a proteção da vida, da natureza e dos bens comuns. E para isso, é necessário investimento público, algo que o governo estadual insiste em negar ao setor da educação e do meio ambiente.

O CPERS seguirá defendendo uma educação pública comprometida com a justiça social e ambiental. O enfrentamento da crise climática passa, necessariamente, pela valorização das(os) educadoras(es), pelos investimentos adequados no serviço público e pela construção de políticas ambientais efetivas.

A vida deve estar acima do lucro, porque sem natureza não há um futuro possível!

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