“Servidor público não tem privilégio, tem direitos”, destaca a juíza do Trabalho, Valdete Souto Severo


A Aula Cidadã promovida pelo CPERS nesta quinta-feira (26), encerrou com a importante participação da juíza do Trabalho, Mestre em Direitos Fundamentais pela PUCRS e Doutora em Direito do Trabalho pela USP/SP, Valdete Souto Severo.
“Estou aqui no papel de cidadã que começou a carreira como professora e que é, com muito orgulho, filha de professora estadual. Até hoje dou aula e acredito que a profissão de educador deveria ser a mais valorizada, pois são vocês que contribuem significativamente para a formação de cidadãos e cidadãs com capacidade de análise crítica do contexto onde vivem”, destacou.
A juíza observou que se o Estado tivesse professores bem remunerados, com tempo de preparar suas aulas com calma e realizar especializações, ocorreria uma revolução social. “São os educadores que habilitam as novas gerações a pensarem. Mas, como já constatamos, não é isso que os nossos governantes desejam”, observou.
Ao analisar a conjuntura atual do Brasil e do Rio Grande do Sul, Valdete ressaltou que todos os dias ocorrem novos ataques aos direitos sociais. O cenário atual, conforme ela, é o da população vivendo um período de muita restrição aos seus direitos básicos. O que caracteriza a tentativa incessante da implantação de um estado mínimo “Quem ousa fazer greve apanha da polícia e ainda é preso. Recentemente, quatro juízes cariocas foram processados pelo simples fato de terem se manifestado contra o golpe que tirou a presidenta Dilma do poder”, declarou.
Os 22 meses de parcelamento de salários e do 13º, parcelado em 12 vezes, impostos pelo governador Sartori aos educadores e demais servidores foi classificado pela juíza como inadmissível. “Não é possível tolerar parcelamento e atraso de salários e 13º. É preciso também deixar claro que servidor público não tem privilégio, tem direitos. E vocês têm que lutar pelos de vocês, mantendo-se em um estado de luta permanente, pois a tendência é piorar. Mas vocês têm a arma principal nesta luta que é a palavra, a educação. Muitos perderam a vida para defender a democracia e hoje estamos vivendo uma ditadura civil.  Querem retirar os mais elementares direitos dos trabalhadores brasileiros. Na qualidade de professora e cidadã, estou junto com vocês. Não recuem”, afirmou.

 

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