Representantes de diversas comunidades religiosas realizaram, no final da tarde desta segunda-feira (22), a 10ª Marcha Estadual pela Vida e Liberdade Religiosa. A concentração para a caminhada ocorreu no Largo Glênio Peres, no Centro de Porto Alegre. A iniciativa, organizada pela Associação dos Povos de Terreiros e Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC, teve como tema “Povo de terreiro é povo trabalhador, pelo Estado Laico e Democrático” e evidenciou a importância de defender as religiões de matriz Africana e a consolidação de um Estado laico.
O segundo vice-presidente do CPERS, professor Edson Garcia, participou do evento, que teve apoio do CPERS. Pela manhã, Garcia também esteve presente no Seminário preparatório para a Marcha, realizado no Sindicato. “Não podemos aceitar a invisibilidade que nos impuseram. A Marcha é um símbolo forte de luta e resistência contra o preconceito e a discriminação. No CPERS, há três anos, o Coletivo de Igualdade Racial com representação em nossos 42 Núcleos. É fundamental termos o recorte de quantos somos entre os educadores e os estudantes”, observou.
Durante o ato, diversos coletivos destacaram que é possível somar em defesa das religiões de matriz Africana, pela consolidação de um Estado laico e visibilizar as lutas da cidade, que neste ano, reivindicam a possibilidade da do patrimônio cultural e popular, o carnaval, com a construção de arquibancadas para o sambódromo.
No Rio Grande do Sul a Marcha Pela Vida e Liberdade Religiosa, organizada e executada por vivenciadores das tradições de matriz africana e apoiada por outros segmentos religiosos, acontece desde 2009 e é pautada por uma reivindicação do Povo de Terreiro a cada ano:
2009: Criação da Delegacia de Combate a Intolerância Religiosa e ao Racismo e contra a “Lei da Mordaça” (Lei 13085 de 5/12/2008 ); 2010: Campanha “Quem é de Axé diz que é” que defendia a autodeclaração como negro e afrorreligioso no Censo 2010;
2011: Criação do Conselho Estadual do Povo de Terreiro;
2012: Criação da Delegacia de Combate a Intolerância Religiosa e ao Racismo;
2013: Criação do Conselho Estadual do Povo de Terreiro;
2014: Contra a desterritorialização do Povo de Terreiro;
2015: Criação da Delegacia de Combate a Intolerância Religiosa e ao Racismo e pela implementação de feriado municipal no dia 20 de novembro;
2016: Criação da Delegacia de Combate a Intolerância Religiosa e ao Racismo e contra a judicialização do acesso aos territórios de matriz africana;
2017: Criação da Delegacia de Combate a Intolerância Religiosa e ao Racismo e pelo reforço da democracia como forma política de ação da sociedade civil junto ao Estado e pela criação do Conselho do Povo de Terreiro do Município de Porto Alegre;
2018: Em defesa dos direitos legais dos trabalhadores e contra o desmonte da Previdência e Seguridade Social.