Professor de Campo Bom desenvolve projeto de teatro para abordar temas como preconceito e desigualdade no Brasil


Trazer para a sala de aula o debate sobre os principais preconceitos enfrentados pela sociedade atual como racismo, homofobia, xenofobia, intolerância religiosa e desigualdade de gênero e fazer os estudantes refletirem e expressarem os sentimentos quanto a esses assuntos. Esse foi o trabalho proposto pelo professor de geografia e sociologia, Cristian Guilherme Lino, da EEEM Ildefonso Pinto, em Campo Bom.

Lino propôs para os estudantes do 2º ano do Ensino Médio desenvolverem uma peça teatral com roteiro e uma apresentação sobre o tema escolhido. “A sociedade brasileira vem enfrentando sérios problemas em relação à empatia, se faz necessário que todos tenhamos acesso ao conhecimento”, declara o professor.

Para ele, o resultado foi satisfatório: “Foi surpreendente os roteiros, as apresentações e o empenho dos estudantes, visto que muitos fazem parte das minorias trabalhadas no enredo”, destacou.

O professor destaca que debater esses assuntos em sala de aula é importante para a formação dos alunos(as) como cidadãos.

“Trabalhar os preconceitos que muitas pessoas vivem diariamente é de suma importância, pois estamos formando uma sociedade mais consciente, participativa e plural”, conclui.

Alunos aprovam a proposta

“Foi ótimo! Consegui entender melhor o outro lado e que muitas pessoas sofrem diariamente com algum tipo de preconceito e muitas sofrem caladas”, conclui a estudante Jacqueline Schneider, que apresentou trabalhou sobre a homofobia.

“Precisamos aprender e também ensinar a como respeitar a sexualidade, a cor, religiões, enfim, a escolha do próximo. Eu gostei bastante de fazer o mini teatro sobre um assunto tão importante”, analisa o estudante Anderson Borges, que no seu trabalho falou sobre a intolerância religiosa.

A estudante Júlia Rodrigues, que abordou o tema desigualdade de gênero, conta que os colegas que apresentaram o trabalho com ela se surpreenderam com o desenvolvimento da atividade. 

“No meio das falas a gente pensava, por que eu vou ter que falar algo tão ruim assim? Mas é importante, porque nos faz refletir e crescer socialmente, entender que esses temas são importantes na sociedade por tratar de pessoas, desmistificar esse estereótipo e abordar ele informalmente como o professor fez, foi muito bom”, concluiu Júlia. 

A força da educação pública

Para o CPERS, iniciativas como a do professor Cristian são essenciais para o fazer-pedagógico no chão da escola. Promover ações que façam com que o educando confie em suas potencialidades e, apesar de uma realidade social cruel, possam acreditar que é possível mudar sua qualidade de vida através de trabalhos desenvolvidos em sala de aula. 

Sair do convencional, do decorar conteúdo, faz com que os alunos(as) sejam agentes de construção, buscando conhecimentos que sejam do interesse deles e por conta disso participem mais ativamente do dia a dia das aulas. 

O Sindicato, através da sua Comissão de Educação, luta pela valorização dos projetos político-pedagógicos de cada instituição educacional e da necessária relação currículo-docência, que deve sempre afirmar a natureza e o caráter público, gratuito, laico, inclusivo e democrático na escola pública. 

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