Mais uma vez, a capital gaúcha foi palco de um dia histórico de mobilização popular. Mais de 20 mil pessoas saíram às ruas para dizer não aos ataques à educação e à aposentadoria neste 13 de agosto.
O marco inicial se deu na Praça da Matriz, no início da tarde, quando educadores(as) de todo o Rio Grande do Sul e servidores(as) estaduais protagonizaram um ato de denúncia do governo Eduardo Leite.
O dia 13 foi, também, a data de pagamento da primeira faixa salarial da folha de julho, representando o maior atraso desde o início da política implementada por Sartori. Ao todo, são 44 meses de proventos atrasados e parcelados, e no caso dos educadores(as), quase cinco anos sem qualquer reajuste salarial.
A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, lembrou que para além do arrocho salarial, há um conjunto de medidas que impõem uma situação insustentável para quem trabalha no chão da escola. O governo demite contratados(as) em licença saúde, fecha escolas, precariza a relação trabalhista e se mostra incapaz de apresentar soluções para problemas básicos, como a grave falta de educadores(as) nas escolas.
“Do outro lado desta praça temos um governo que, mais uma vez, elegeu como inimigos número um os servidores do Executivo”, afirmou Helenir. “Governador Eduardo Leite, o senhor está levando essa categoria a uma grande greve! Nós não vamos aceitar. Vamos fazer a luta unificada com pais e estudantes, e vamos dizer ao governo estadual e ao federal: não roubem o sonho dos nossos estudantes. Aqui vai ter resistência!”
A tarde também foi marcada por aulas públicas sobre mercantilização da educação e da saúde, bem como o tema das liberdades democráticas. “Não podemos deixar que o nosso direito à educação seja transformado em mercadoria”, defendeu Liane Maria Bernardi, doutora em Educação pela UFRGS. “Os setores empresariais estão sempre prontos e organizados para se apropriarem de recursos públicos com discursos sedutores. Precisamos, também, nos preparar para a disputa”, concluiu.
O ato na Praça da Matriz foi realizado em conjunto com diversas entidades representativas do funcionalismo, incluindo ADUFRGS, ASSUFRGS, CEAPE, SINASEPE, SINDJUS, SINDSEPE/RS, SEMAPI, SENERGISUL, SINDICAIXA, SINDPERS, SMPG/Gravataí e UGEIRM.
Às 16h, centrais sindicais se uniram à manifestação e, no fim da tarde, o público se dirigiu à Esquina Democrática, no coração da capital. Um novo ato teve início em conjunto com estudantes de todos os níveis, com presença maciça de discentes e docentes de institutos federais e universidades, em denúncia ao programa Future-se e à sequência de ataques do governo Bolsonaro.
“Nós ensinamos nossos alunos a sonhar com a universidade, nós ensinamos nossos alunos que sim, eles podem ir para um IF. Nós fizemos com que eles sonhassem alto e a nossa responsabilidade é fazer com esse sonho não recue um milímetro. Por isso estamos aqui!”, declarou a presidente Helenir.
O ato se deslocou pela avenida Júlio de Castilhos, atraindo dezenas de milhares de populares, passando pelo túnel da Conceição e chegando à Faculdade de Educação da UFRGS.
Em todo o Rio Grande do Sul, educadores(as) estaduais paralisaram suas atividades e, em alguns municípios, realizaram atos locais. Confira abaixo.
Cacequi
Caibaté
Caxias
Passo Fundo
Pelotas
Rio Grande
Vacaria
Santa Maria
Viamão