Nós mulheres, feministas, do campo e da cidade, da luta por direitos e contra a violência, integrantes, dirigentes de partidos políticos e também sem filiação partidária, de diversos segmentos religiosos cristãos, das pastorais sociais, das Comunidades Eclesiais de Base, das Escolas de Fé e Política desse país, educadoras populares e de diversos movimentos sociais populares, reunidas nos dias 22, 23 e 24 de abril do ano de 2016, no 10° Encontro Nacional de Fé e Política, em Campina Grande – PB. Viemos manifestar nosso total apoio a Presidenta Dilma Rousseff e repudiar a tentativa de golpe como forma de retrocesso à democracia brasileira, tão nova em nosso país.
Nos últimos meses acompanhamos um movimento liderado por políticos fascistas, conservadores e machistas amparados por um judiciário que rompe com seu compromisso com a justiça e a imparcialidade; apoiado por uma elite brasileira que não respeita a distribuição de renda e o empoderamento das mulheres; e financiado por recursos transnacionais.
Estes e a mídia golpista brasileira vem implantando um crise, travando pautas importantes no Congresso Nacional e avançando na aprovação de leis que vão de encontro a muitos direitos já conquistados.
Reconhecemos que o governo do PT rompeu em muitos momentos com a base e deixou de lado questões fundamentais como a reforma agrária e o respeito aos direitos dos povos originários desta terra. Porém, não se pode por isso permitir um retrocesso dos direitos sociais conquistados.
Acreditamos que grande parte da resistência e sabotagem ao governo da Presidenta Dilma Rousseff se dá única e exclusivamente por sua condição de mulher. Numa sociedade patriarcal e machista, onde a misoginia permeia as relações sociais correntes, contribuindo no favorecimento e na eleição para cargos eletivos de homens defensores da tortura e de outras tantas formas de violência, construiu-se um parlamento com atitudes reacionárias e que flerta com o conservadorismo que sustenta a estratificação social, seja ela de classe, de gênero ou de raça. Parlamento esse que tenta golpear a Democracia fazendo uso do mesmo discurso de outrora, que deflagrou o Golpe de 1964 e atirou nosso país a 21 anos de escuridão: o uso do nome de Deus e da familia nuclear patriarcal.
Como mulheres belas, de lutas e do espaço em que quisermos estar, inspiradas pelo ideário do Bem Viver e banhadas nas águas da solidariedade, queremos plantar as sementes da esperança. A esperança de um país com mais justiça social e respeito as minorias! Um país fortalecido na defesa intransigente da Democracia onde não se admita nenhum direito a menos. Sabemos que a caminhada é difícil mas a luta nos constrói a cada dia pois acreditamos que outro mundo é possível.
Não vai ter golpe!
Vai ter luta!!
Viva a democracia!!!