A Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (FSP/RS) divulgou, nesta quarta-feira (12), uma nota pública em repúdio à postura autoritária e persecutória do governo Eduardo Leite (PSD). A denúncia surge após o Executivo determinar que as Delegacias de Polícia repassassem os nomes dos policiais civis que participassem da paralisação, marcada para a última terça-feira (11).
Diante da ameaça de retaliações, a categoria foi obrigada a cancelar a mobilização e substituí-la por uma Operação Padrão, na qual os agentes expuseram as condições precárias de trabalho, a falta de valorização e o desmonte da segurança pública promovido pelo governo estadual.
A medida do governo Leite (PSD), amplamente criticada por entidades e juristas, revela um preocupante avanço do autoritarismo e da repressão institucional sobre o funcionalismo público gaúcho. Ao tentar vigiar e controlar quem ousa reivindicar direitos básicos, o governo abandona o diálogo, rompe com princípios democráticos e adota práticas que remetem aos períodos mais sombrios da história brasileira.
Na nota, a Frente dos Servidores Públicos, que reúne entidades representativas de diversas categorias — entre elas o CPERS —, classifica a ação do governo como “inaceitável em um Estado Democrático de Direito” e denuncia a tentativa de transformar a administração pública em um espaço de medo e silenciamento.
Leia a nota completa abaixo:
NOTA PÚBLICA DA FRENTE DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO RS CONTRA A PERSEGUIÇÃO E O AUTORITARISMO DO GOVERNO LEITE
A Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul, coletivo que reúne diversas entidades do serviço público, manifesta repúdio à ação persecutória do Governo Eduardo Leite (PSD), que solicitou às Delegacias de Polícia de todo o Estado o repasse dos nomes dos policiais civis que participaram da paralisação marcada para a terça-feira (11), denunciando o desmonte das estruturas públicas e a retirada de direitos dos agentes da segurança ao longo dos últimos anos, chegando a uma situação limite.
Trata-se de uma medida inaceitável em um Estado Democrático de Direito que fere frontalmente a liberdade sindical e o direito constitucional de organização e manifestação dos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público. A tentativa de intimidação e vigilância sobre servidores que exercem legitimamente o direito à mobilização é uma forma de assédio institucional e repressão política.
A Frente dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul expressa total solidariedade aos colegas da Polícia Civil, reafirmando que nenhuma forma de coerção ou perseguição pode se sobrepor ao direito de luta por condições dignas de trabalho, valorização profissional e respeito aos servidores públicos.
Seguiremos juntos na defesa de um Estado que respeite seus servidores e a liberdade de organização sindical.
Porto Alegre, 12 de novembro de 2025.
CPERS – UGEIRM – SIMPE – SINDJUS/RS – SINDICAIXA – SINDSEPERS – SINTRAJUFE/RS – SINDTCE/RS – SINDPERS – SINAPERS – APROJUS – ASPGE – SINDIPERÍCIAS
Foto de capa: Defesa Civil/ Divulgação




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