Na noite desta quinta-feira (16), educadores(as), estudantes, pais e responsáveis da EEEM Jacob Hoff, localizada no município de Harmonia, região do 5º Núcleo do CPERS (Montenegro), reuniram-se para uma Assembleia Geral. Na ocasião, a comunidade escolar aprovou, por unanimidade, dizer NÃO à municipalização e reforçar a luta para barrar o autoritarismo do governo Eduardo Leite (PSDB), que impõe a submissão de escolas estaduais ao regime municipal sem dialogar com os principais envolvidos.
A diretora da instituição, Veranice Berwanger Schneider, conta que em agosto deste ano recebeu, por e-mail, um ofício da 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) informando que, a partir de 2024, não serão mais abertas vagas para o 1º ano do Ensino Fundamental na escola. “Estamos todos revoltados com a atitude do governo. Tentamos por diversas vezes contato com a 2ª CRE e até agora não obtivemos retorno nenhum”, destaca.
Logo após, a escola organizou um abaixo-assinado, o qual já conta com mais de 1.000 assinaturas. O documento mostra a necessidade de vagas para a 1ª série na região.
O diretor do CPERS, Leonardo Preto, e a diretora do 5º Núcleo (Montenegro), Elisabete de Vargas Pereira, participaram do encontro.
Preto orientou de que forma a direção da escola e a comunidade escolar podem se mobilizar para barrar o processo de municipalização. “É preciso organizar a comunidade escolar, fazer com que essa Assembleia tire por aclamação a não municipalização da escola Jacob e garanta a matrícula dos alunos no primeiro ano, fazendo uma lista de pretendentes. Além disso, temos que buscar na Câmara de Vereadores uma audiência pública sobre a situação da escola”, apontou o diretor.
O educador também enfatizou que o governo Leite (PSDB) quer retirar de sua responsabilidade o ensino fundamental estadual, passando para as prefeituras, colocando em prática o projeto de diminuição do Estado e dos serviços públicos essenciais para a população. “Eduardo Leite, mais uma vez, ataca e prejudica a escola pública e os educadores, tirando-lhes a autonomia e a Gestão Democrática, impondo a municipalização e se abstendo de resolver os problemas estruturais que são fruto de sua própria falta de gestão”, reforçou Preto.
Veranice também expôs que o sentimento é de revolta, pois a escola apresenta um ensino de qualidade e se esforçam para manter um bom trabalho, mesmo com todas as ameaças do governo estadual. “Mesmo com o governo atacando e fazendo uma bagunça na educação, nós nos comprometemos, sempre prezamos por uma boa escola, com todo zelo e todo empenho. E agora, simplesmente vem o governo e diz que estamos sendo descartados, que não vamos mais ter o Ensino Fundamental. É uma barbaridade, uma falta de educação e de bom senso conosco. A gente se sente um lixo, pois, simplesmente estamos sendo descartado”, conclui.
Outra preocupação da diretora é quanto ao prédio da escola, que pertence à prefeitura. Atualmente, o Estado paga um aluguel mensal. “Se se concretizar a municipalização para onde vamos com o Ensino Médio? Hoje, o Estado não tem prédio em nosso município, então, acabando o fundamental, podemos ir até mesmo para outra cidade”, finaliza a diretora.
Ao fim da Assembleia, além da contrariedade à municipalização, a comunidade também definiu da continuidade ao abaixo-assinado, pedindo que reabra as inscrições para o 1° ano do Ensino Fundamental, a participação em Audiências Públicas e a entrega ao Ministério Público das assinaturas coletadas, junto à ata da Assembleia com a lista de presença e documentos que compravam o porquê a escola é tão importante para a comunidade escolar.
O CPERS segue vigilante e na luta para barrar a municipalização na EEEM Jacob Hoff, assim como em todas as escolas estaduais ameaçadas. Não permitiremos que Eduardo Leite (PSDB) concretize o seu projeto de desmantelamento da educação pública estadual do Rio Grande do Sul!