Nesta sexta-feira (11), Dia do Estudante, milhares de educandos ocuparam as ruas de todo o Brasil. Em Porto Alegre, a manifestação defendeu a manutenção do TRI escolar, a recomposição orçamentária, mais investimentos na educação pública e a revogação do Novo Ensino Médio (NEM).
Após a concentração em frente ao Colégio Júlio de Castilhos – o Julinho, os manifestantes seguiram em caminhada até o Largo Zumbi dos Palmares, onde realizaram um ato público. A manifestação, organizada pela União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (UGES), União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (Umespa) e União Estadual dos Estudantes (UEE), teve o total apoio do CPERS.
O 1º vice-presidente do Sindicato, Alex Saratt, e a diretora Carla Cassais, uniram-se à luta, reforçando a defesa permanente pela revogação do NEM e pela garantia dos direitos de estudantes, professores(as) e funcionários(as) de escola.
“Hoje, no Dia do Estudante, eles estão nas ruas lutando por um Brasil democrático, desenvolvido e com direitos para a juventude, trabalhadores, mulheres e negros. A luta pela revogação do Novo Ensino Médio tem avançado. A defesa do TRI é fundamental. Temos que denunciar quem tirou esses direitos dos estudantes e educadores”, frisou Alex.
“Nos unimos ao ato dos estudantes, nesse dia que é deles, para exigir a reforma do Novo Ensino Médio. Essa proposta é extremamente prejudicial para a formação dos nossos alunos. Anteontem estivemos em Brasília, junto a outras entidades, dando um recado bem firme para o Ministério da Educação. Esse NEM nós não queremos, revoga já!”, disse a diretora Carla Cassais.
“Hoje, os estudantes de Porto Alegre saíram às ruas para dar o recado de que nós estamos organizados contra o Novo Ensino Médio. Sabemos que é possível construir um novo tipo de educação, mas para isso é preciso escutar os estudantes, os professores e os funcionários de escola. Seguimos na luta por uma educação de qualidade, ao lado dos educadores”, afirmou a diretora da União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (UGES), Vitória Cabreira.
Anderson da Conceição Farias, presidente da Umespa, denunciou a extrema burocracia para o acesso ao TRI escolar, o que prejudica inúmeros estudantes. “Este ato foi muito importante para a gente reforçar a luta, principalmente, em defesa de um dos nossos direitos históricos, o TRI escolar. A burocracia é imensa e o prefeito Sebastião Melo é insensível, não quer saber se temos dinheiro para passagem. E sabemos que quanto maior nossas dificuldades, mais distantes ficam nossos sonhos”, expôs.
CPERS segue firme na luta pela revogação do NEM
Para o CPERS, o Novo Ensino Médio não condiz com a realidade e os sonhos da juventude brasileira, assim como vai na contramão da opinião de especialistas em educação e não leva em consideração a estrutura das escolas e a formação dos docentes.
O Sindicato ressalta que se trata de uma investida neoliberal com a diminuição do papel do Estado para formar mão de obra barata. A única solução plausível para reverter tamanho retrocesso é a revogação, pauta de todas as entidades, movimentos sociais, especialistas e comunidades escolares.
Essa semana, o Sindicato participou do Ato Nacional em Defesa da Educação Pública, em Brasília, para pressionar o governo em busca da revogação do NEM, da valorização da categoria e de maior investimento no setor, além de cobrar a promoção da educação inclusiva e a desmilitarização das escolas.