Nesta segunda-feira (19), o CPERS e a comunidade escolar do Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos (Neeja) Paulo Freire, representada pela equipe diretiva, professores(as) e estudantes, se reuniram com a secretária de educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira, na sede do órgão, em Porto Alegre. A discussão tratou de encaminhar o destino da escola, que pode mudar de endereço por conta de problemas estruturais no prédio.
A reunião ocorre poucos dias depois do 2º vice-presidente do Sindicato, Edson Garcia, e da tesoureira, Rosane Zan, visitarem a escola e dialogarem com as educadoras(es) e alunas(os).
Desde 2019, o Neeja, localizado na rua Coronel Bordini, solicita reformas ao governo estadual, já que a instituição necessita de obras no telhado e requer melhorias no Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI). No entanto, a sugestão de transferência da escola para a rua Felipe de Oliveira, durante o período de revitalização, impediria que diversas alunas e alunos seguissem estudando.
“Quem conhece a Felipe de Oliveira, sabe que não é um local de fácil acesso. Sabe que ali não passa ônibus para todas as regiões da cidade. A rua fica em um lugar ermo à noite e distante do centro da cidade, onde os alunos trabalham”, enfatizou o professor Edson.
Durante a reunião, a garantia da segurança dos estudantes foi definida como prioridade das decisões que serão tomadas. Na tarde desta terça-feira (20), Raquel Teixeira se reunirá com a secretária de obras públicas, Izabel Matte, para discutir a elaboração de um laudo técnico a respeito da situação da escola.
Cuidado com o educando dentro e fora da sala de aula
A proteção dos estudantes passa pela qualidade da infraestrutura do Neeja, mas passa também por sua segurança ao se deslocarem pela cidade e pela manutenção do seu acesso à educação.
As turmas da EJA possibilitam outro futuro aos jovens e adultos gaúchos, mas têm sido encerradas por todo estado. Em 2020, a EEEF Estado do Rio Grande do Sul, que ficava no centro da capital e guardava cinco décadas de história, foi fechada pelo governo Leite (PSDB). “Esse fechamento faz com que a população carcerária cresça, assim como a população negra sem acesso”, explica Edson.
De acordo com a tesoureira do CPERS, Rosane Zan, estudantes das EJAs precisam ter seus direitos assegurados. “Não podemos deixar que o estudante caia na marginalidade, a gente precisa oferecer o acesso à educação para esse alunado”, destaca a educadora.
O CPERS segue na luta pela manutenção do único Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos que restou na área central da capital: o Neeja Paulo Freire. A questão geográfica é imprescindível para o acesso à educação das alunas e dos alunos que enxergam uma perspectiva de formação na escola. O compromisso do Sindicato é com a defesa das EJAs e do direito de todas(os) que não conseguiram estudar no tempo certo, mas que desejam concluir seu processo de ensino-aprendizagem.
Fotos: Joana Berwanger