Coletivo Educacional da CNTE tem primeiro dia de debate


O Coletivo Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) começou a debater, nesta segunda-feira (17), o novo Plano Nacional de Educação (PNE), em Brasília (DF).

Além de reunir o coletivo para dialogar sobre a concepção de temas educacionais, o encontro prepara os dirigentes da base da CNTE para defender o PNE para a garantia da democratização da educação pública e gratuita e o fortalecimento dos sindicatos junto às suas bases.

Representando a Comissão de Educação do CPERS, participam do encontro o 1° vice-presidente do Sindicato, Alex Saratt, o 2° vice-presidente, Edson Garcia, a tesoureira Rosane Zan e a diretora Vera Lessês.

“A reunião do Coletivo Educacional da CNTE foi muito produtiva. Tivemos um debate mais amplo e geral sobre o PNE, e uma discussão que envolveu a gestão democrática e também as tecnologias da informação e da comunicação na educação. Estes tópicos vêm sendo acumulados nas lutas das entidades, inclusive da CNTE, e isso indica que há uma mobilização muito grande para que a pauta que foi eleita, junto com o governo Lula (PT), avance. É neste momento que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação ganha relevância, para formular e pressionar por políticas que sirvam ao desenvolvimento nacional, a recuperação da democracia e o fortalecimento do próprio estado na execução dos direitos da população”, pontuou Alex Saratt.

Em sua saudação na abertura do evento, a secretária de Assuntos Educacionais da CNTE, Guelda Andrade, falou sobre a importância de discutir temas tão importantes para a categoria. Ela considera que, atualmente, as escolas vivem um momento de desumanização.

Por isso, Guelda lembrou Paulo Freire para que os trabalhadores(as) tragam de volta esse sentimento de humanização às escolas. “É isso que nós precisamos fazer, devolver para nossa organização curricular essa sensibilidade, esse ser humano constituído de sentimento, de dor, de alegria, de inconformidade. Nós precisamos lutar para garantir direitos para a sociedade: a educação é um direito que garante outros direitos.”

Para a secretária-geral da CNTE, Fátima Silva, é fundamental viver o novo momento em que as portas estão abertas no sentido de disputar a política educacional do país. “Nós passamos quatro anos sem chegar na porta do Ministério da Educação. Hoje, com toda essa reviravolta que construímos, voltamos e subimos a rampa”, disse.

Ela também destacou que, além do desafio político, é preciso se preparar tecnicamente para participar de todos os espaços e representar bem a categoria da educação.

O presidente da CNTE, Heleno Araújo, reforçou que a categoria tem muitas lutas pela frente e que não é possível perder mais um minuto desse processo. Ele destacou que houve avanços, nos últimos anos, na pauta em prol das mulheres e na luta educacional, mas que muitos processos precisam evoluir.

Segundo Heleno, o tempo é curto para tentar retomar e ganhar a opinião pública na sua maioria, na perspectiva do que a CNTE defende como direitos da educação. “Toda a nossa dedicação e o nosso esforço são fundamentais e importantes, mas precisam crescer mais ainda.”

Em outro ponto, o presidente destacou que é preciso ter comprometimento e participação efetiva de todos para entender qual caminho vai fortalecer a ação coletiva da classe. “Devemos ajudar a colocar em prática as grandes conquistas que tivemos nas legislações”, afirmou.

Cenário político

A primeira mesa de debates foi coordenada pela vice-presidente da CNTE, Marlei Fernandes, e contou com a participação do ex-presidente da Confederação e assessor da senadora Teresa Leitão (PT-PE), Carlos Abicalil.

Para Marlei, é uma satisfação estar junto de todos os trabalhadores(as) para fazer uma ação intensa em torno dos desafios da política educacional no Brasil. “Precisamos trabalhar coletivamente, mesmo em meio às diferenças que temos nos estados, com governos que inventam coisas fora da curva e da legislação. Assim, temos tarefas e trabalhos dobrados.”

Em sua apresentação, Abicalil apontou os desafios na elaboração do PNE: garantia e ampliação do financiamento público; efetivação da gestão democrática; fortalecimento dos sindicatos; e a conquista de novos direitos.

No entanto, Abicalil destacou que o Brasil vive um dos momentos mais importantes da sua história moderna, já que o país começou a retomada da democracia e da normalidade institucional. “Essa é uma vitória que precisa ser consolidada diuturnamente no enfrentamento ao ódio, à violência, ao preconceito, à discriminação, ao armamentismo, ao golpismo e ao nazifacismo”, disse.

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Modernização do ensino

Durante a tarde, o Coletivo debateu sobre a gestão democrática e o modelo mercadológico e gerencial, considerando as plataformas educacionais e a tecnologia como ferramentas pedagógicas.

Participaram desta mesa de discussão o presidente da CNTE, Heleno Araújo, e o professor da Universidade de Brasília (UnB), dr. Gilberto Lacerda Santos.

Gilberto explicou que a questão da tecnologia na educação precisa ser contextualizada sobre alguns aspectos, principalmente no sentido de que o mundo avança para formar uma sociedade da informação. “Fazer com que os atores da escola estejam conectados com essa sociedade da informação é uma questão de pertinência.”

Ele também destacou que existem mais perguntas do que respostas sobre o assunto e que os profissionais de educação estão no “olho do furacão” de uma grande revolução cultural e social impulsionada pela tecnologia. “Os professores estão à deriva quando se trata de usar tecnologias de maneira pedagogicamente válida, porque nós não temos manuais”, alertou.

Gilberto reforçou que é preciso criar novos modos de formação de professores, já que as novas tecnologias demandam novas pedagogias. “Nós não estamos fazendo isso. Em uma sociedade complexa e desigual como a nossa, precisamos de políticas públicas que formem professores de maneira coerente para os movimentos sociais.”

Informações: CNTE

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