A Caravana em Defesa da Escola Pública cobriu, nesta terça-feira (7), todos os seis municípios abrangidos pelo 29º Núcleo do CPERS: Santiago, Jaguari, Unistalda, São Vicente do Sul, Capão do Cipó e Nova Esperança do Sul. “Fizemos um roteiro abrangente para conversar com o maior número possível de educadores(as), na expectativa de que o debate não fique em quatro paredes e chegue às comunidades da região”, explica Leandro Wesz Parise, diretor geral do Núcleo.
Em 16 escolas do campo e da cidade, educadores(as), membros da Direção Central e integrantes da Caravana debateram a conjuntura política e a importância do período eleitoral para frear os ataques à categoria.
“Estamos caminhando para a privatização total da educação. Se não nos mobilizarmos, vamos virar o Chile de Pinochet”, disse Helenir Aguiar Schürer, presidente do CPERS. Em todas as visitas, destaca-se a importância do voto consciente para neutralizar partidos e candidatos(as) que apoiam medidas que prejudicam educadores(as).
Para Helenir, a negação da política – expressa no voto nulo ou branco e na intenção de votar em pessoas independente do partido – é uma estratégia para manter o projeto neoliberal no poder. “Nós somos seres extremamente políticos. Não gostar da política é renunciar à vida e à cidadania, mantendo o que está aí e nos afastando da fiscalização”.
O debate proposto opõe o projeto de Estado mínimo, já em curso, a um Estado voltado para a redução das desigualdades e a justiça social, que invista seus recursos na qualidade da educação e na valorização dos serviços públicos. Jociele Canabarro, diretora da escola Cristóvão Pereira, de Santiago, aprovou a passagem da Caravana: “a caravana traz para o professor a ideia de que avaliar projetos que venham a nos favorecer é muito mais importante do que avaliar candidatos ou partidos”.
Além da pauta eleitoral, os impactos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e da Reforma do Ensino Médio são discutidos em profundidade com os(as) educadores(as). O CPERS defende a revogação imediata do projeto de sucateamento da Escola Pública, que visa abrir mercado para a iniciativa privada, além de causar demissões em massa e fechar as portas da universidade para os(as) estudantes.
Vera Lúcia de Oliveira, professora de português e inglês da escola José Benincá, criticou o debate imposto pelo Governo Federal sobre a BNCC no dia 2 de agosto. “Sinto que estamos fazendo papel de bobo. Chegaram aqui com tudo pronto e esperam que a gente aceite”, afirmou.
Nesta quarta-feira (8), a Caravana chega a Santa Maria, 2º Núcleo, e, na quinta (9), encerra a semana em Cachoeira do Sul, 6º Núcleo.
Confira o cronograma completo até setembro.
Acesse a galeria de imagens abaixo: