Sartori não conseguiu fazer no RS o que foi feito no ES


Desde segunda-feira (06), o país tem assistido, espantado, as cenas que vêm do Espírito Santo. Mais de 70 homicídios em três dias, ônibus parados, lojas fechadas e sendo saqueadas, policiais civis sofrendo ataques e a população, acuada, presa dentro de casa. Tudo isso explodiu no momento em que os familiares dos policiais militares trancaram a saída dos quartéis da polícia. Os PMs se aquartelaram e a cidade se transformou em um verdadeiro caos. Os motivos do protesto dos policiais militares do Espírito Santo, são sete anos sem aumento real e quatro anos sem nenhum tipo de reposição da inflação.
A política implementada no Espírito Santo é a mesma que o governador Sartori/PMDB tenta implantar no nosso estado. O partido do governador capixaba, Paulo Hartung, é o PMDB, o mesmo de Sartori. A política é a do ajuste fiscal às custas de ataques aos serviços públicos. No Espírito Santo, essa política foi aplicada de forma radical, os investimentos públicos sofreram sérios cortes, os salários dos servidores foram congelados e a busca pelo superávit fiscal se sobrepôs a qualquer outra meta. O resultado é desastroso: retração de 19% no PIB do estado e aumento de quase 100% nas taxas de desemprego de 2015 para 2016. Com resultados econômicos como esses, não é nenhuma surpresa o que está acontecendo nesse momento no Espírito Santo.

Sartori tenta, mas não consegue implementar mesma política no RS

No nosso estado, o governador Sartori/PMDB vem tentando implementar a mesma fórmula desde o início do seu mandato. Corte nos investimentos públicos, congelamento de salários no serviço público, privatização de estatais, extinção de fundações, além do aumento de impostos, tem sido a fórmula aplicada. A grande diferença em relação ao ES é que, no nosso estado, a resistência a essas políticas tem sido grande. Na área da segurança pública, por exemplo, o governador vem tentando, desde a sua posse, cancelar o reajuste conquistado durante o governo anterior e, em um primeiro momento, suspendeu a contratação de novos policiais e congelou as promoções na polícia civil. Porém, a resistência organizada dos policiais civis conseguiu fazer o governo recuar. Com a pressão exercida através das Marchas pela Segurança Pública, operação padrão, paralisações e boicote às operações policiais, o governo foi obrigado a convocar os aprovados no último concurso e efetuar as promoções atrasadas. Mas, principalmente, a mobilização dos policiais garantiu a manutenção da implantação da Tabela de Subsídios, negociada com o governo passado.
A crise vivida no Espírito Santo revela as verdadeiras consequências que as políticas do governo Sartori/PMDB, caso sejam implantadas no nosso estado, causarão. Uma política que prioriza o ajuste fiscal e relega a segundo plano os investimentos públicos e a valorização dos servidores públicos, só pode causar recessão econômica, mais desemprego e, por consequência, aumento da violência e crise social. Para que a população gaúcha não sofra o que vem sofrendo os capixabas, é necessária a manutenção da mobilização contra as políticas do governo Sartori/PMDB. Barrar a aprovação das PECs que legaliza o atraso de salários, confisca o 13º e privatiza as estatais, é uma necessidade para que o Rio Grande do Sul não viva a situação de caos social que estamos vendo no Espírito Santo.

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