Em dia de greve, ato do CPERS denuncia a política de morte contra a educação pública


Em dia de greve, centenas de educadores(as) de todo o Rio Grande do Sul reuniram-se na capital gaúcha para denunciar os ataques à educação pública e reivindicar o pagamento integral do salário. O ato, marcado pela emoção – em memória à educadora que tirou a própria vida nesta semana -, denunciou a situação de miséria e o sofrimento psíquico da categoria, que atravessa 34 meses de salários parcelados e quatro anos sem qualquer reajuste.



“Ontem, uma educadora que foi minha colega de faculdade partiu. Em sua última mensagem, disse que não aguentava mais a humilhação e o descaso. Estamos morrendo e a educação pública também. Viemos pedir socorro à sociedade gaúcha, não perdemos a esperança porque outro dia há de nascer”, afirmou a presidente Helenir Aguiar Schürer.


A caminhada iniciou em frente ao Instituto Estadual de Educação Flores da Cunha, patrimônio histórico fechado para reformas desde janeiro de 2016 e símbolo do abandono da educação no Rio Grande do Sul. Puxada por uma comissão de frente formada por educadores(as) vestidos de morte e carregando um caixão, a marcha se dirigiu até o Palácio Piratini.

“O Estado mínimo mata. Não só ameaça as nossas vidas mas também põe em risco o futuro do Rio Grande do Sul quando sucateia a escola pública”, disse o diretor Daniel Damiani.

Ao longo do trajeto, os manifestantes distribuíram materiais a populares, denunciando os candidatos José Ivo Sartori (MDB), Eduardo Leite (PSDB) e Mateus Bandeira (NOVO) pelas posições contrárias à valorização da educação pública. “Não adianta tirar o atual governador e colocar outro que representa o mesmo projeto no lugar”, observou Sonia Solange, também da direção estadual. “É o futuro dos filhos e dos netos de vocês, trabalhadores que estão no centro, que está em jogo”.



Ao final do ato, em frente à sede do Governo do Estado, os educadores(as) fantasiados de morte soltaram balões identificados com referências às políticas de desmonte, como o parcelamento, a terceirização, a perseguição e o fechamento de escolas. Após, o caixão foi aberto, revelando balões com políticas reivindicadas pela categoria, como a realização de concursos públicos e o piso salarial.

“Haverá um novo tempo, de mais respeito, compreensão e solidariedade. Estes governos passarão, e a educação pública sairá mais forte”, concluiu Helenir.



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