CPERS exige que governo garanta a integridade física dos educadores


A violência contra os educadores tem sido recorrente. As agressões físicas têm sido constantes, o que assusta e causa insegurança à categoria. Foi isso que a Direção Central do CPERS apontou ao secretário de Educação, Luis Alcoba, na última reunião realizada no dia 25. Na ocasião, a presidente do CPERS apresentou uma extensa lista que denunciava inúmeras agressões contra os educadores em diversas regiões do Estado. “É de responsabilidade do governo garantir a integridade física dos educadores. Exigimos que sejam tomadas todas as providências para que possamos trabalhar com segurança e tranqüilidade”, observou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
Os dados da violência contra os educadores assustam. Segundo pesquisas de entidades como a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico e do Senado Federal, o Brasil é um dos países que tem maior índice de violência contra professores. Dado alarmante e desconhecido da grande maioria da sociedade brasileira.Estudos feitos por instituições como o Sindicato dos Professores de São Paulo apontam que o índice de violência está em torno de 35% dos entrevistados, ou seja, professores que já sofreram algum tipo de violência. É imprescindível destacar que quando se fala em violência, se fala em sentido amplo, não só a física, mas também as ameaças diretas ou indiretas como bullying, represálias por parte dos alunos, entre outras formas de manifestações agressivas, inclusive, assédio moral.
Todas estas agressões levam, necessariamente, a um reflexo muito prejudicial que é o desestímulo à carreira. Quando um professor é agredido, a primeira providência que ele toma é a de se afastar do serviço, pois se sente intimidado, não tem respaldo institucional, tanto na área da agressão quanto em um suporte posterior. A violência gera uma desmotivação muito significativa ao professor.

Agressões não podem virar rotina

As origens são várias, desde a questão do narcotráfico nas regiões das escolas, até fatores sociais como a desestrutura familiar ou maus exemplos da família, além de fatores internos como, em alguns casos, a escola não propiciar um atendimento mais adequado aos estudantes. Os fatores externos são, em sua grande maioria, os mais recorrentes.
Ao analisar o cenário atual, constata-se que, infelizmente, há o risco dessas agressões virarem rotina. E diante desse fato preocupante, as autoridades tanto da segurança quanto da Secretaria de Educação acabam atuando somente após o evento consumado, quando a agressão já se tornou uma realidade e o fato já se tornou um drama na própria escola. Não há um trabalho preventivo.
A situação é grave. Não se pode esperar que tomem providências quando tiver um professor vítima de homicídio ou latrocínio dentro da escola.
Nesse contexto, a Assessoria Jurídica do CPERS, orienta que todo professor que se sentir de qualquer forma agredido, física ou moralmente, deve efetivar um Boletim de Ocorrência, pois pode ter efeitos na área processual e administrativa. Também é importante que o educador agredido comunique formalmente as autoridades responsáveis na região, ou seja, sua respectiva Coordenadoria Regional de Educação – CRE pedindo providências. E, além disso, entrar imediatamente em contato com a Assessoria Jurídica do CPERS para que o caso seja devidamente acompanhado até o final e a Direção Central do CPERS para o devido acompanhamento sindical.

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