Congresso da CUT aprova calendário de mobilizações contra reformas e privatizações de Temer


Nesta quarta-feira (30), terceiro dia da 15ª Plenária Nacional/Congresso Extraordinário e Exclusivo da CUT, que ocorre desde segunda-feira (28) em São Paulo, o plenário aprovou um calendário de lutas contra as reformas Trabalhista e Previdenciária e contra a entrega das empresas públicas.
A próxima mobilização será o lançamento no dia 7 de setembro de uma campanha nacional, que terá a missão de colher ao menos 1,5 milhão de assinaturas para enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei de iniciativa popular que revogue a plataforma de retirada dos direitos trabalhistas.
A partir dessa data, que marcará também o Grito dos Excluídos, a CUT e parceiros de movimentos sociais irão disponibilizar kits para coletas de assinaturas. Cada sindicato ligado à Central terá como meta recolher ao menos um número equivalente à metade de sua base.
Este instrumento de agitação em fábricas, escolas, bairro, feiras está plenamente ligado a preparação da greve geral e deve animar a organização de comitês sindicais e populares em todo o Brasil.

Carlini fala

No dia de 14 de setembro a CUT também ajuda a organizar um dia de lutas ao lado do movimento Brasil Metalúrgico em defesa dos empregos na indústria e das estatais, numa manifestação que recebeu forte adesão da Federação Nacional dos Urbanitários em defesa da manutenção da Eletrobrás como patrimônio nacional.
No dia 3 de outubro, aniversário da Petrobrás, será a vez de o Rio de Janeiro e das principais capitais do país promoverem manifestações contra a entrega da empresa e de outros patrimônios públicos.
Ainda sem data definida, mas por volta de 11 de novembro, dia em que entra em vigor a lei da Reforma Trabalhista, os movimentos sindical e sociais preparam uma manifestação em Brasília. Na ocasião, a Central pretende ter um número suficiente de assinaturas para apresentar o projeto pela revogação do ataque aos direitos da classe trabalhadora.

Defesa da democracia e de Lula

Além desses pontos, a Central também estará na campanha em defesa de democracia e do direito de Lula disputar as eleições.
“Temos um tempo bastante curto para definir qual Brasil desejamos. Ao combate às reformas, incorporamos o repúdio ao pacote de privatizações proposto pelo golpista Michel Temer, que quer entregar de bandeja o patrimônio brasileiro a quem financiou o golpe. Além disso, estaremos nas ruas para dizer que eleição sem Lula é fraude e representa o segundo tempo do golpe”, apontou o diretor executivo da CUT Júlio Turra.

Estratégia 

Pela manhã, os delegados e delegadas da CUT discutiram a estratégia de lutas em torno do mote “se a Reforma da Previdência for colocada para votar, o Brasil vai parar”. Para a secretária nacional de Formação da CUT, Rosane Bertotti, a Central precisa fortalecer a discussão sobre o papel do Estado como indutor do desenvolvimento.
“É importante debater  o papel do estado, do serviço e políticas públicas, como educação, seguridade social, agricultura familiar, a Reforma Agrária, entre outras”, disse.
Outras discussões importantes foram as resoluções que constroem a organização da luta da CUT, como a questão de fortalecimento da juventude ampliando a organização da classe trabalhadora com a presença de mais jovens dentro da CUT.

Delegação gaúcha

Combate ao racismo

Ao final deste terceiro dia de Congresso, a Secretaria de Combate ao Racismo da CUT relançou a campanha contra discriminação no mundo do trabalho e na vida. Durante a apresentação, que contou com uma mística cultural, a secretária Maria Júlia Nogueira alertou para a discriminação racial nesses espaços e na desigualdade salarial entre brancos e negros.
“A chamada liberdade da abolição não assegurou ao povo negro condições de inclusão na sociedade brasileira de forma digna, muito pelo contrário, foi relegado às periferias das cidades, das relações formais de trabalho, ou seja, jogado à margem da sociedade que estava sendo construída”, destaca.
O ato também pediu a liberdade de Rafael Braga, condenado a 11 anos e três meses de prisão. Ele teria sido flagrado durante uma manifestação com 0,6g de maconha, 9,3g de cocaína e um rojão, itens sobre os quais nega a posse.​
O evento será encerrado nesta quinta-feira (31).

 

 

Fonte: Luiz Carvalho – CUT Nacional

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