Centenas de educadores e estudantes exigem, em frente ao Piratini, que governo Sartori respeite a educação pública


Reunidos em frente ao Palácio Piratini, centenas de professores, funcionários de escola e estudantes, da capital e do interior, protestaram, hoje pela manhã, contra o descaso do governo Sartori (PMDB) com os educadores e a educação pública. A precariedade das instituições e a desvalorização de professores e funcionários de escola, que sequer têm seus salários pagos em dia, levou a categoria a decretar greve por tempo indeterminado. Sem propostas por parte do governo, a greve entra na terceira semana ainda mais forte e conta com o importante apoio dos estudantes e da comunidade escolar.
A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, afirmou que a greve dos educadores já está com mais de 70% de adesão em todo o Rio Grande do Sul. “O secretário da educação disse que a greve só existe em Porto Alegre. Não é verdade. Nossa greve aumenta em todo o Estado, dia após dia. A presença dos nossos colegas do interior aqui, hoje, demonstra muito bem isso”, afirmou.
Em uma união histórica, centenas de estudantes marcaram presença no ato para demonstrar apoio aos educadores. Em todo o Estado, já são mais de 160 escolas ocupadas pelos estudantes, em protesto contra o sucateamento das instituições. Para demonstrar solidariedade e a unidade estabelecida entre eles e seus professores e funcionários de suas escolas, entoavam palavras de ordem como “ô professor, não te preocupa, os teus alunos estão na luta”.
Recentemente, o governo falou que cogita pedir a reintegração de posse das escolas. Sobre isso, a presidente do Sindicato deixou um recado ao governador e seus aliados. “Quem está dentro da escola são os donos dela. E eles vão permanecer até que o governo apresente propostas que garantam que as escolas tenham as condições necessárias para receber nossos alunos”, afirmou.

Nova audiência com o governo ocorre nesta terça-feira

Além da questão salarial, Helenir lembrou alguns dos motivos que levaram os educadores a paralisarem suas atividades, entre elas o reajuste zero até 2018, previsto no Plano Plurianual, o número insuficiente de professores e funcionários de escolas, o aumento da carga horária para 16 horas, sem aumento de salário; a insegurança e o sucateamento das escolas, a tentativa de retirar o  Difícil Acesso, a mudança curricular com redução de carga horária de disciplinas importantes e a ameaça de entregar as escolas a iniciativa privada, conforme previsto no PL 044.
“Estamos aqui em frente ao Palácio para dizer ao Sartori: governador, respeite a comunidade escolar. Sente e negocie conosco com seriedade. Todos os governos, mesmo no vermelho, conseguiram repassar alguma coisa para os nossos salários. Só este governo não consegue? A crise em nosso Estado não é financeira, é de gestão, de capacidade. Continuaremos nas ruas, fortalecendo a nossa greve”, destacou Helenir.
Nesta terça-feira, dia 31, o Comando de Greve do CPERS irá reunir-se novamente com o secretário de Educação, Vieira da Cunha, e representantes do governo para cobrar propostas efetivas quanto a pauta de reivindicações da categoria. O CPERS espera que o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, compareça a audiência, conforme compromisso assumido pelo governo logo após o término da Assembleia que decretou a greve por tempo indeterminado. Nas duas audiências já realizadas esse compromisso não foi cumprido.

 

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