Ato histórico em Santa Rosa reúne estudantes e educadores em defesa da Escola Pública


Mais de mil estudantes, educadores(as) e representantes de sindicatos locais realizaram na manhã desta quarta-feira (1º), um ato de denúncia ao desmonte do Estado e em defesa da Escola Pública em Santa Rosa, no Noroeste gaúcho. Em pauta, o descaso com os trabalhadores em educação, a precarização dos serviços públicos e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que sedimenta a Reforma do Ensino Médio imposta pelo Governo Federal.

Com o reforço da Caravana do CPERS, que chegou ao município na noite de ontem, a Praça da Bandeira serviu de palco para uma das maiores manifestações já registradas na história da cidade. Às centenas, alunos das escolas da região do 10º Núcleo reuniram-se em apoio aos educadores(as) e para lutar pela revogação da BNCC.

 

Em ato que reuniu mais de mil estudantes e educadores(as) em Santa Rosa na manhã desta quarta-feira, “Estou concluindo o Ensino Médio mas estamos aqui lutando pelos próximos”, declarou a estudante do Instituto Federal Farroupilha (IFF), Ana Paula Taglieber, de 17 anos. “Os estudantes já não estão contentes com a situação atual do Ensino Médio, mas o que estão planejando vai fazer com que as pessoas morram sem um curso Superior. Querem formar mão obra barata e não pessoas pensantes”, concluiu.

Seu colega do IFF, Gustavo Henrique Soares da Silva, 15 anos, ressaltou a importância de apoiar os(as) educadores(as). “Vim porque sou contra a reforma, e se a gente não se unir agora, vamos sofrer calados. Queremos uma boa escola, com todas as matérias, e que o governo pague em dia e valorize os professores”, afirmou.

Já o professor da Escola Estadual Polivalente, Dado Silva, defendeu a liberdade dos estudantes para escolherem sua própria carreira. “A Reforma sucateia a Escola Pública e limita o aprendizado. Os alunos têm o direito de optar o que querem ser e não podem ser condenados a profissões precarizadas por imposição.”

O ato foi conduzido pela diretora geral do 10º Núcleo, Fátima Regina Presotto, que chamou os presentes a erguer a voz contra os ataques capitaneados pelo projeto de Estado mínimo no Rio Grande do Sul e no Brasil. “Estamos aqui para dizer que essas reformas não servem, que os nossos estudantes merecem mais e que o desmonte do Estado não pode continuar. Atacando o serviço público, Sartori e Temer atacam toda a população. Não podemos nos calar. O silêncio é criminoso.”

Acompanhada por representantes da Diretoria Central do CPERS, a presidente Helenir Aguiar Schürer fez a fala final, apontando as principais consequências da BNCC e denunciando os candidatos a governador que representam a continuidade do projeto de desmonte do Estado; Sartori (MDB), Luiz Carlos Heinze (PP) e Eduardo Leite (PSDB) . “Vocês são a geração que aprendeu a sonhar e vislumbrar a possibilidade de um 3º grau. E são vocês que tem que somar forças conosco para derrubar esse projeto de sucateamento da Educação. Se a BNCC passar, as portas da universidade serão fechadas para os alunos da Escola Pública”.

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