Alegrete recebe a Caravana em Defesa da Escola Pública


A Caravana em Defesa da Escola Pública amanheceu em Alegrete, 19º Núcleo do CPERS, nesta quarta-feira (5). Centenas de educadores (as) de cerca de 30 escolas da região tiveram a oportunidade de dialogar com a direção do Sindicato sobre a situação da categoria, a conjuntura política e os desafios do período.

Esta é a oitava semana da jornada de aproximação com a base e escuta no chão da escola. A caravana busca provocar uma reflexão sobre a importância do voto consciente e bem informado. Trata-se de identificar os projetos em disputa e compreender o significado da continuidade das políticas de desmonte, representadas pela ideologia do Estado mínimo.

Os ataques à escola pública colocam em xeque o trabalho de excelência realizado por instituições como o CE Emilio Zuneda, primeiro colocado no IDEB (séries finais) da rede estadual. A diretora Dilza Paim fala sobre as dificuldades da categoria: “Vivemos um momento muito grave. Nunca tivemos tantos professores doentes e estamos de mãos amarradas. A base precisa se mobilizar por uma mudança”, afirmou.

O tesoureiro do CPERS, Mauro Calliari, lembrou que a diferença entre escolas do interior e regiões periféricas dos centros urbanos se deve ao envolvimento de toda a comunidade escolar, enquanto a inação governamental leva à precarização dos estabelecimentos nas grandes cidades. “Essa é mais uma escola de ótima qualidade que encontramos no interior. O que mostra a contradição com as periferias das maiores cidades, onde o governo é ausente e a comunidade é empobrecida e não tem condições de se envolver. Por isso nosso alerta: nesse momento precisamos refletir quais os governos que são mais próximos de nós e quais aqueles que sempre governam contra nós.”

Ainda pela manhã, uma plenária reuniu professores (as), funcionários (as) e estudantes na EEEB Dr. Lauro Dornelles, para discutir os prejuízos trazidos pela BNCC e a Reforma do Ensino Médio. As mudanças, construídas sem debate com a sociedade e patrocinadas por instituições privadas de ensino, fundações, multinacionais do ramo dos livros didáticos e movimentos conservadores, colocam em xeque o futuro da escola pública. Com a obrigatoriedade de apenas três disciplinas (matemática, inglês e português) e 40% das aulas na modalidade à distância, estudantes da rede pública não terão condições de disputar o Ensino Superior e haverá demissões em massa de educadores (as).

“É o futuro de vocês que está em jogo. Vocês precisam se organizar para resistir, conversar com os pais sobre o que está acontecendo e mobilizar a comunidade. Juntos vamos defender a escola pública”, frisou a vice-presidente do CPERS, Solange Carvalho.

Nesta quinta-feira (6), a Caravana em Defesa da Escola Pública estará em São Gabriel, 41º Núcleo do Sindicato. Confira o itinerário completo.

Veja a galeria de fotos:

19º Núcleo Caravana CPERS – 05/09/18 – Alegrete

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