Gaúchos dão nota média 3,5 para Sartori, aponta pesquisa CUT-RS/Ipesa


A maioria dos gaúchos reprova a gestão do governador José Ivo Sartori (PMDB). Ele recebeu nota média 3,5 em pesquisa encomendada pela CUT-RS e realizada pelo Instituto de Pesquisa Social e Acessibilidade (Ipesa).
O levantamento foi feito de 23 a 27 de maio em 63 municípios das sete mesoregiões do Rio Grande do Sul, tendo sido entrevistados 1.503 eleitores (54,9% mulheres e 45,1% homens). A amostra levou em contra empregados e desempregados de diferentes idades, faixas etárias, escolaridade e renda familiar.
Segundo o professor Ottmar Teske, do Ipesa, ”a pesquisa tem como base um cálculo mínimo de amostra, uma confiança de 95% e os erros máximos de estimação de 2,5 pontos percentuais, para mais ou para menos”.

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“Não surpreende a reprovação do Sartori, conforme já tinha sido denunciado pelo CPERS Sindicato, mas agora temos em mãos uma pesquisa que comprova com números o desgoverno do PMDB, que atolou a economia gaúcha, ataca sem trégua os servidores, piorou os serviços públicos e quer vender estatais para ampliar o ajuste fiscal e agradar os empresários e o capital financeiro”, avalia o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

29,9% deram zero para Sartori

A nota zero foi a que mais foi dada para o governador, tendo sido concedida por 29,9% dos entrevistados. Já a nota dez foi atribuída por apenas 2,5% dos consultados.
Claudir ressalta que também não se surpreende com tanta nota zero. “Caiu a ficha da população, pois está percebendo que foi enganada por Sartoni, que dizia na campanha que ‘o meu partido é o Rio Grande’. Na verdade, o partido dele é o velho PMDB, o mesmo do ex-governador Antonio Britto, de quem ele era líder na Assembleia Legislativa, durante a privatização da CRT, da venda de parte da CEEE e da extinção da Caixa Estadual”, lembra.
“A gestão de Sartori revela não ter compromisso com o povo gaúcho, mas sim com os interesses do mercado e da mídia golpista, que querem um estado mínimo para a população e grande para os donos do capital”, denuncia o dirigente da CUT-RS.
A secretária de Formação da CUT-RS, Maria Helena de Oliveira, destaca que “sem diálogo e com repressão e truculência, Sartori arrochou e parcelou os salários dos servidores, aplicou um tarifaço no ICMS e aprovou parte do pacotaço que autoriza a extinção de nove fundações, da Corag e da SPH, dentre outros ataques”.
“Sartori também arrochou o salário mínimo regional, concedendo reajustes abaixo da inflação nos últimos dois anos e reduzindo o poder aquisitivo de cerca de 1,3 milhão de trabalhadores e trabalhadoras”, frisa o secretário de Relações de Trabalho da CUT-RS, Antonio Güntzel. “Quem governa para os ricos não pode ganhar nota boa da população”, acrescenta.
Para Claudir, “precisamos fortalecer a resistência e a mobilização para continuar enfrentando as políticas neoliberais do Sartori, que apequenam o estado e só pioram a vida do povo gaúcho”.

67,6% são contra a venda de empresas públicas

A pesquisa, cujos primeiros dados foram divulgados ontem, mostra que 67,6% dos entrevistados são contra a privatização das empresas públicas CEEE, Sulgás, Companhia Riograndense de Mineração (CRM), Corsan, Banrisul, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobrás. Apenas 22% são favoráveis, enquanto 7,7% não opinaram e 2,8% são indiferentes.

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“A maioria dos gaúchos é contra a venda do patrimônio público, dando uma resposta ao governo Sartori que agora propõe fazer um plebiscito para entregar a CEEE, Sulgás e CRM, além de colocar em risco as demais estatais gaúchas, como o Banrisul e a Corsan, diante do plano de recuperação fiscal que está negociando com o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB)”, alerta Claudir.
“Nenhuma privatização melhorou até hoje a vida do povo, apenas lesou e prejudicou o estado e o país, aumentou tarifas e serviços e precarizou o trabalho”, aponta o presidente da CUT-RS.

Nova greve geral

Claudir avalia que os dados da pesquisa comprovam que as centrais sindicais estão em sintonia com a população ao anunciarem a realização de uma nova greve geral, cuja data entre os dias 26 e 30 de junho será definida em reunião na próxima segunda-feira (5), em São Paulo.
“Vamos fazer uma nova greve geral, maior ainda do que a de 28 de abril, e concluir a marcha histórica de 24 de maio em Brasília para barrar as reformas da Previdência e trabalhista, e exigir Fora Temer e diretas já para que o povo escolha democraticamente um novo presidente e possamos virar a página do golpe”, conclui Claudir.

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